Notícias

Gabriella Di Grecco encanta como a primogênita de “Uma Babá Quase Perfeita”

Crédito: Divulgação/Joaquim Araújo

Em meio ao virtuosismo cênico de uma superprodução como “Uma Babá Quase Perfeita”, atualmente em cartaz no Teatro Liberdade, em São Paulo, Gabriella Di Grecco emerge como um dos sustentáculos consistentes do espetáculo. Distante das armadilhas emocionais e dos maneirismos que costumam esvaziar personagens adolescentes, a atriz constrói, em Lydia Hillard, um retrato visceral da juventude em tensão — repartida entre a infância que se despede e a urgência de uma maturidade imposta pelo colapso familiar.

Com uma trajetória que transita do teatro musical de apelo popular à sofisticação dramática de experimentos como “Cinza”, ópera rock de Jay Vaquer, Di Grecco reafirma aqui sua versatilidade cênica em uma performance que rejeita o lugar-comum. Lydia, filha mais velha do protagonista Daniel Hillard — vivido por Eduardo Sterblitch — é a primeira a desconfiar da figura mascarada da babá. Mas também é a primeira a ser profundamente afetada pela verdade incômoda que se insinua por trás da farsa.

Crédito: Divulgação/Joaquim Araújo

A interpretação da atriz é precisa, mas nunca fria; intensa, sem recorrer ao exagero. Gabriella compreende, com nitidez, o que significa sustentar a linha tênue entre o drama e a comicidade, entre o íntimo e o grandioso, entre o trauma e a possibilidade de reconciliação. Justamente por essa elaboração contida, que nunca abdica da potência, sua presença em cena se destaca com força própria. O dueto com o pai, ponto culminante do musical é um gesto de transfiguração. Nele, a atriz exibe não apenas sua técnica vocal apurada, mas uma profundidade que toca o espectador, que sem dificuldade, se identifica com situações desafiadoras que fazem parte do cotidiano de quase toda família. Ressaltando o peso das expectativas depositadas nos pais, por parte dos pais, e como é duro quando existe qualquer frustração sobre isso, e vice-versa. 

Recém-saída de “Elvis: A Musical Revolution”, de Miguel Falabella, onde encarnou tanto Dixie Locke quanto Priscilla Presley, a artista ajuda a moldar o tom da nova montagem com uma atuação que é, ao mesmo tempo, divertida, rebelde e densa. Sua entrega, ao lado de uma atuação também imperdível de Eduardo Sterblitch, pode ser vista até 11 de maio, em São Paulo. Ingressos disponíveis pelo Sympla.

Sair da versão mobile