Hoje, (2 de agosto), o cantor e compositor Fagner entrega nas plataformas de streams o 38º álbum de sua discografia, “Além Desse Futuro” (Universal Music). O novo projeto do artista cearense chega exatos dez anos após seu último álbum de inéditas, “Pássaros Urbanos”, lançado em 2014.
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Quem abre os trabalhos do novo álbum é a faixa-título, composta por Fagner em parceria com o poeta cearense Fausto Nilo, letrista recorrente na discografia do artista há exatos 50 anos. Nos versos da canção, que foi produzida por Fagner e Zeca Baleiro, o cantor já revela seu característico cancioneiro romântico, em que passeia, com desenvoltura, pelo Brasil urbano e sertanejo. “Se a luz de um trem / Relembra meu ninguém / Perdido num sertão sem cor / Além do mundo em chamas / A gente ainda se ama / Além desse futuro meu amor”.
Também relevante parceiro de Fagner nas últimas décadas, Zeca Baleiro assina com o artista a autoria e produção da segunda faixa do disco, “Noites do Leblon”, na qual o cantor maranhense ainda participa em dueto que reafirma a identidade musical entre os dois.
Composta por Fagner e Caio Sílvio (autor de grandes sucessos da discografia do cearense, como “Noturno [Coração Alado]” e “Pequenino Cão”), a inédita cantiga de ninar “Filho Meu” traz letra em forma de oração: “Dias de verão / Vão te surpreender / A vida é mesmo pra valer (…) / Dias sim dias não / A luz virá da escuridão / Faça o bem, siga a sua intuição / Pois dentro de você / No coração há um lugar / Que mal algum pode alcançar”. Há mais de dez anos, Fagner descobriu a paternidade tardia do advogado Bruno Tocantins e de seus netos, Arthur e Clara, por quem o avô também se derrete. “Foi uma felicidade esse reencontro. Fiz essa música com o Caio, que percebeu a beleza dessa história e fez essa homenagem sutil para o Bruno. É uma canção que tenho apresentado a alguns amigos e não há quem não se emocione. É uma das músicas que mais gosto nesse disco”, diz o cantor.
Presente no repertório dos recentes shows de Fagner, o hit “Onde Deus Possa Me Ouvir”, legado do cantor e compositor mineiro Vander Lee (1966 – 2016), já gravado por Gal Costa, Leila Pinheiro, Elba Ramalho, entre outros, ganha finalmente um tocante registro de Fagner, que em 2022 realizou o homônimo show-tributo ao artista, no Palácio das Artes (BH). Na ocasião do show, que ainda marcou o retorno de Fagner aos palcos após a pandemia, o cantor afirmou: “É uma justa homenagem a um dos artistas mais talentosos da nossa música, que nos deixou tão cedo. Tive a oportunidade de conviver com ele, ainda que por pouco tempo, mas fiquei lhe devendo a gravação desse hino, que falou tão fundo ao meu coração, assim como a tantos brasileiros”. A nova versão de Fagner conta na bateria com o prestigiado produtor Rick Bonadio, que também assina a mixagem de todas as faixas do álbum.
O amor romântico retorna na inédita “Ponta de Punhal”, primeira parceria do artista com Toninho Geraes e Chico Alves. “Solidão é ponta de punhal / Que me escancara o coração / Descortinando essa paixão tão desmedida / E ao me ver assim perdido e só / Uma saudade vem sem dó / E crava os dentes na ferida”, entoa Fagner no contundente refrão. A canção traz a elegante guitarra do instrumentista, compositor, arranjador e produtor musical cearense Cristiano Pinho, que saiu de cena no último dia 3 de julho, guitarrista que acompanhava Fagner nos palcos e estúdios nos últimos 30 anos. “Cristiano Pinho era um gênio reverenciado por muitos músicos no Brasil. Ele era um artesão e um sacerdote da música. Sua ausência tem sido muito sentida”, declara Fagner.
E é no embalo do reggae que surge o dueto de Fagner e Jorge Vercillo em “Amigo de Copo”, primeira composição em parceria entre dois. O artista carioca ainda toca violão na faixa, junto com seu filho, Vini Vercillo. Em 2013, o cantor cearense fez uma participação em “Homem Grande”, canção do DVD “Luar de Sol – Ao Vivo no Ceará”, que Vercillo gravou na terra natal de Fagner. Juntos, eles ainda gravaram o clipe numa roça em Beberibe, no interior do Ceará.
A resiliência do amor maduro está presente em “Recomeçar”, canção de Fagner, Caio Sílvio e Aulo Braz, que novamente conta com a sutil guitarra de Cristiano Pinho. Nos versos, Fagner canta conformado: “Vida que não cabe na bagagem / Tanta coisa já ficou pra trás / Sonhos que não duram a viagem (…) / O amor nem sempre / Ao nosso alcance / Podemos ser felizes sem romance”. “Essa canção é um estímulo para as pessoas seguirem em frente, recomeçar…”
Fagner e o músico e compositor maranhense Erasmo Dibel foram apresentados por Zeca Baleiro, amigo e parceiro de longa data de ambos. Desse encontro surgiu “Besta Fera”, canção composta pelo trio durante a pandemia e que fecha o novo disco do artista. “Compusemos essa música por mensagens e só conheci o Dibel pessoalmente na semana passada, no Maranhão. Eu já tinha gravado anteriormente uma participação numa música dele, o reggae ‘Reclame’, que foi lançada em abril de 2021. Ele é um grande poeta com quem ainda quero trabalhar muito”.
Com 50 anos de carreira completados em 2023 e prestes a celebrar 75 anos, Fagner não tem a menor intenção de parar de cantar, de compor e nem de fazer novos parceiros. Que venha o futuro!
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