PopEntrevista
‘Eu vejo muito essa necessidade de estar trazendo essa representatividade pra dentro do meu trabalho’: IZRRA lança a dançante ‘Vênus’
Qual a rotina de um negro, descendente do Congo, que vive na baixada fluminense do Rio de Janeiro e tem como paixão a música? Isso que vamos descobrir na nova, animada e envolvente canção de IZRRA: “Vênus”. O single inédito está disponível em todas as plataformas, com clipe que, não só mostra o cotidiano do artista, mas também dá show de representatividade negra.
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Composta por IZRRA, Pablo Bispo, Ruan Guimarães, Gondin, Multi e Nyna, a canção fala sobre a paixão do cantor por sua “Vênus” e o desejo de um romance fluido. “Baby, se entrega. Na Lua, a gente se pega. É só deixar rolar” é o refrão chiclete que não só vai ficar na cabeça, mas também vai puxar todos para dança.
Já o clipe desperta ainda mais essa vontade de juntar os amigos, curtir um dia de praia e dançar ao som deste POP com raízes R&B. Mostrando o cotidiano de IZRRA de andar pelo seu bairro de origem e, como bom carioca, pegar uma praia com os amigos, o vídeo nos leva até uma festa, celebrando a ascensão da carreira do cantor com bons drinks em clima de festa “black excellence”. A representatividade, marca registrada do artista, também não fica de fora, com rostos, corpos e cabelos negros sempre em evidência.
“Vênus certamente é a música que eu mais vou dançar e também espero que a galera sinta essa vibe. Na canção falo do amor e admiração a uma Vênus e, no clipe, trazemos ela não só na figura de uma mulher preta, mas também uma mulher real. Quero que as pessoas se sintam sempre representadas dentro do meu trabalho e em Vênus não foi diferente”, conclui IZRRA.
Ouça:
Assista ao clipe:
Confira a entrevista:
1- Quais suas expectativas para a volta do Sararau?
As expectativas pra o Sararau é poder entregar um show lindo, com uma formação de banda diferente, com alguns elementos dentro do show. Minhas expectativas são fazer com que a galera curta o show, meu repertorio agora tá pra o alto, mais animado por conta da musica nova que vem aí, então eu queria continuar com esse astral e espero que as pessoas possam gostar do evento, do show, curtir bastante, dançar. Quero ver as pessoas felizes.
2- Essa edição vem repleta de participações especiais, você já tinha trabalhado com algum desses artistas antes? Como aconteceram os convites?
Trabalhei com o Tiago Pantaleão no projeto pós, foi aí que surgiu a Qualquer Lugar, uma parceria minha e dele. E a Kesia é minha irmã do coração, conheci ela em um trabalho, num programa da Globo, um jogo de games e de lá pra cá nos tornamos muito amigos. A Taís Macedo eu venho admirando muito ela, pelo trabalho que ela entrega, a gente ver aí grandes nomes surgindo dentro do pagode, mulheres e eu fico muito feliz de ver a Taís tomando espaço cantando e eu falei: cara, eu preciso de uma mulher que cante pagode no evento também. Aí surgiu a ideia de trazer a Kesia. E o Umos são meus crias, da baixada fluminense, mesmo lugar que eu e poder ter a baixada fluminense me acompanhando nesse projeto é muito importante, não só eles mas eu quero ver mais artistas saindo e trazendo pra o Sararau.
3- Após tanto tempo sem festa, sabemos que o publico está sedento (rs). O que pretende entregar aos fãs que irão prestigiar o grande show?
Eu pretendo entregar um show, um bom evento, quente e eu estou muito animado. Esse show vai ser muito especial pra mim e acho que um aquecimento pra o grande show do Rock in Rio. Então, no Sararau eu estou aproveitando pra trazer uma vibe a qual o show do IZRRA não tenha ainda e ele quer, ele precisa dessa vibe. Então acho que o Sararau vai ser isso.
4- Você é o grande idealizador do evento, então conta pra gente, como ele surgiu?
Eu sou o grande idealizador do projeto Sararau sim, mas eu tenho uma equipe que vem me ajudando a colocar esse evento pra frente e a ideia surgiu por conta da pandemia, não tava tendo show e eu queria estar dentro da musica. Então eu comecei a frequentar alguns Saraus de amigos, só que eu não me sentia encaixado ali, sabe? É uma outra galera, de um outro lugar, onde eu não era acostumado a estar. Então eu falei: cara, eu preciso fazer um projeto que as pessoas como eu da baixada fluminense, a galera periférica possa ter voz, possa estar se sentindo inclusa nesse espaço e aí veio a ideia, poxa eu podia fazer um Sarau meu! Aí meu empresário veio e disse “cara, gostei da ideia que tu trouxe, faz o Sarau teu” e aí fui buscar nomes e ele me ajudou, aí demos o nome de “Sararau”. Então eu sou muito grato por ter uma pessoa ali sempre me orientando, sempre me dando direção nas coisas.
5- E o Izrra também vem chegando com a dançante “Vênus”, como esse single chegou até você?
Eu estava na necessidade de fazer uma musica dançante, animada. Eu sou um cantor clichê, que gosta de cantar musica apaixonada e mesmo assim eu continuo cantando isso, só que de uma forma mais animada, de uma forma alegre, aí eu passei isso para o Paulo Bispo, que foi no momento de composição. A gente começou a compor e o Rudse trouxe essa grande batida pra “Vênus” e ela surgiu dentro de um estúdio.
6- O single chega acompanhado de um lindo videoclipe, você participou da criação? Como foi?
Participei muito, eu sou o tipo de artista que gosta de opinar nas coisas, principalmente dentro do meu trabalho. E a ideia do clipe, o contexto, foi mostrar as referencias do IZRRA, o lugar de onde ele vem, as pessoas que ele conviver, mostrar o lugar onde ele mora, trazer a família dele junto com ele por que o IZRRA é muito família. Então nos últimos tempos o IZRRA vem ganhando flores e não é comum a gente ver um homem ganhar flores, então eu comecei a trazer isso pra dentro da minha vida, do meu trabalho, por que eu queria ver minha vida mais florida e é como eu visse minha vida como um jardim. As pessoas que venho conhecendo vem fazendo parte desse jardim, estão florescendo minha vida. Então eu quis trazer isso pra dentro do meu trabalho, mostrar a beleza do homem preto, da mulher preta, de como eu quero ver pretos futuramente, vivendo excelência. Então tendo essa troca com a Raiza, com minha equipe, a gente trouxe um contexto bem legal, bem animado e colorido e eu espero que a galera goste.
7- Vai ter performance especial de “Vênus” no Sararau? O que está preparando?
Então, eu estou pensando em trazer a minha “Vênus” pra dançar comigo e acho que é só isso que eu posso falar. (risos)
8- Você sempre busca trazer representatividade em seus trabalhos, conta um pouco das suas experiências e importância disso na sua vida?
Eu vejo muito essa necessidade de estar trazendo essa representatividade pra dentro do meu trabalho. Inclusive, o clipe foi pensado justamente sobre essa questão, essa musica conta meu amor por uma Vênus e essa Vênus por sua vez não é uma pessoa padrão. Foi pensado porque justamente as pessoas que eu amo e que estão na minha vida são mulheres reais, fora do padrão, então eu vi essa necessidade de valorizar essas mulheres importantes pra mim, minha mãe, irmãs, sobrinhas. No ultimo lançamento Eu, Você e o Radinho, eu vi o quanto minha mãe ficou feliz em ver uma mulher igual a ela atuando comigo no clipe e aquilo mexeu muito comigo, eu vi o quanto é importante falar sobre, pra que essas pessoas possam se sentir representadas e incluídas na minha vida. Eu acho que a representatividade fala por si só, mas eu tenho a necessidade de trazer e falar sobre isso dentro do meu trabalho.