Brasil

Entre o refinado e o popular, soprano Nádia Figueiredo lança segundo álbum de MPB

Foto: Divulgação

Mineira com um vozeirão marcante, a soprano Nádia Figueiredo se consolida cada vez mais na MPB e acaba de lançar o single “Isto Aqui O Que É?”, canção cheia de brasilidade com direito a clipe gravado no Cristo Redentor. Diferente do primeiro disco da cantora, “Meu Idioma É O Amor”, que contava com letras em português, italiano, inglês e russo, com influências também do canto lírico, o novo projeto é uma ode à cultura nacional. O nome do disco segue em segredo, mas o single já está disponível nas principais plataformas digitais.

“Estou em uma nova etapa da vida e quero celebrar a cultura do meu Brasil depois de viajar o mundo cantando em tantos idiomas. Esse é o objetivo do meu novo trabalho. O repertório ainda está em fase de finalização, mas posso garantir que só inclui faixas em português com o melhor da nossa MPB”, afirma Nádia. 

Além da voz inconfundível, o projeto reúne grandes nomes da música, como Jurim Moreira, baterista do Chico Buarque, o baixista André Vasconcellos, o gaitista e harmonicista Gabriel Grossi, consagrado entre os maiores do mundo e o arranjador e pianista Eduardo Faria, que foi o produtor musical. 

Entre vários idiomas, o dela é o amor

Dando passos largos nas canções em português, Nádia já era a queridinha de grandes nomes da música mundial desde o primeiro álbum. Antes da pandemia, lançou “Meu Idioma É O Amor” produzido por Guto Graça Melo e com participações de ninguém menos que Gilberto Gil, João Donato, Max Wilson, o pianista João Carlos Assis Brasil e o mexicano Plácido Domingo Jr. Este álbum abraçou uma mistura de MPB e peças clássicas.

O sucesso do canto lírico mesclado à MPB foi tanto que levou a cantora a uma turnê em Portugal com o sertanejo Daniel. No disco, a artista canta em português, inglês, italiano e russo. Mas além dos idiomas tradicionais, Nádia chegou a aprender línguas incomuns para os brasileiros, como esperanto e inuíte – idioma da Groenlândia –, somente para mergulhar em seus próprios projetos.

Nascida para a arte

Sua jornada artística começou autodidata, com incentivo da família, cantando e tocando violão desde criança em Belo Horizonte. Agora, Nádia oferece ao público hits populares do calibre de “Isto Aqui O Que É?”, standard de Ary Barroso, e “O Amor Em Paz”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, aos quais acrescenta a pureza de seu aprendizado lírico.   

Ela também é autora do livro “E por falar em voz… – Um manual de boas práticas para quem utiliza a voz como instrumento musical” (2021). Foi modelo de carreira sólida que se desdobrou entre o Brasil, México e Chile para depois , tornar para a música se dedicar do teatro musical ao canto lírico, passando pela preparação vocal com Vera do Canto e Mello, Laura de Souza e Mirna Rubim.

Entusiasta do gênero crossover, um misto de pop, clássico e world music, a cantora revela que já gravou alguns projetos nesse estilo, mas tem receio de como seria visto no Brasil. “Já me autoproduzi com faixas que celebram essa vertente da música, mas infelizmente esse estilo não é muito popular por aqui”.

A cantora se refere às faixas gravadas pelo seu selo Opera Lounge Music, que reúne clássico e eletrônico e podem ser encontradas no YouTube com videoclipes entoados em hindi, esperanto, hebraico e até latim.

Bullying e assédio

Diferente do que se possa imaginar, a artista encarou diversos desafios ao longo da carreira. Sofreu assédio na trajetória de modelo e bullying no meio musical. Segundo a cantora, chegou a ser boicotada por uma professora que ficou enciumada durante um espetáculo. Mãe, Figueiredo modelou em São Paulo e não abria mão de estar com o filho em Belo Horizonte e por isso, encarava oito horas de ônibus rumo à capital mineira. 

Eternamente no universo da moda

Além de toda a história com a moda na longa e consolidada carreira de modelo, Nádia marcou esse universo de uma nova forma: conquistando o coração dos fashionistas na última São Paulo Fashion Week, quando cantou ao vivo um grande sucesso do flamenco, “Zorongo Gitano”, de Federico Garcia Lorca.

A apresentação aconteceu na abertura do desfile da Santa Resistência, coreografado por André Vagon, acompanhada pelo violonista Fábio Nin. A apresentação ganhou os agudos de Nádia Figueiredo, conquistando o público e sendo eleito como o ‘Momento Mais Marcante’ da 51ª edição do SPFW, pelo site G1, em votação popular que levou 95,03% de votos. 

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