Di Ferrero se prepara para lançar seu mais novo EP, intitulado ‘7’. O nome do projeto remete à simbologia do número, espiritualmente rico e carregado de diversos significados. O EP conta com três faixas profundas e batidas marcantes, e será lançado em todas as plataformas no dia 7 de abril, segunda-feira, às sete horas da noite.
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A escolha do dia e horário do lançamento vieram interligadas ao horário em que o sol acabou de se pôr e, enfim, deu-se início à noite.
“Representa uma mudança, o início da hora azul onde o sol acabou de ir embora”, revelou Di Ferrero.
“Esse EP vem em um momento muito importante para mim, vem das profundezas dos sentimentos. Foi uma reviravolta que acabou saindo nas músicas. A sonoridade dele está muito concisa e conversando muito entre si. É um passo à frente das coisas que eu estava fazendo, está bem musical e mais orgânico”, contou o músico.
Além de estar carregado dos mais diferentes significados, o número 7 também é muito associado ao autoconhecimento.
“Ele representa muita coisa, principalmente ciclos. Os ciclos da vida, de mudança… Onde algo começa, algo termina, e um novo ciclo começa. A partir dos sete anos, por exemplo, começamos a ter mais memória das coisas. Até os quatorze anos vivemos uma parte da vida da adolescência, depois até os vinte e um nosso corpo se forma, dos vinte e oito tem o retorno de Saturno, e por aí vai”, disse Di.
O EP se conecta a essas interpretações ao manifestar a introspecção e os momentos mais reflexivos de Di Ferrero, que nos convida a olhar mais para dentro e pensar nos “E se?” da vida.
“Estou muito feliz com o conceito do EP, porque é uma coisa mais abstrata e subjetiva. Cada um vai ouvir as músicas e vai sentir uma sensação diferente”, completou o artista.
Confira a entrevista com Di Ferrero:
O número 7 tem muitos significados simbólicos e espirituais. O que te levou a escolhê-lo como título do EP?
Realmente, o 7 é um número que significa muita coisa, inclusive pra muita gente. Tem quem veja como número da sorte, tem quem relacione a algo cabalístico, de mudança. Na nossa vida, os ciclos do 7 aparecem bastante — desde o nascimento até os 21 anos, o corpo muda a cada 7 anos…
Mas o que mais me pegou foi um momento específico do dia: por volta das sete da noite. Esse horário tem essa transição do fim do dia pro começo da noite, com aquele azul que vai escurecendo, mais contemplativo. É uma hora de reflexão, e o EP tem muito dessa vibe — músicas mais profundas, abrindo o coração, falando de sentimentos. Então o 7 se encaixa nesse contexto.
Você mencionou que esse projeto vem de um momento de reviravolta na sua vida. Como esses sentimentos influenciaram a sonoridade e as letras das músicas?
Esse momento foi uma busca por um som que fizesse sentido com o que eu tô vivendo, um som que eu gostaria de ouvir. Levou um tempo, mas com a ajuda de pessoas como o Felipe Vassão, que produziu o EP, e o Bruno Gens, coprodutor, encontramos algo mais orgânico.
As músicas falam de sentimentos básicos, como desilusão, questionamentos sobre o que vem depois de um fim, possibilidades da vida… Tudo muito conectado com meu momento atual. É um som difícil de explicar, tem que sentir e ouvir. Voltei um pouco às raízes: mais tocado, violão, banda… combina com o que estou querendo dizer nas letras.
O conceito do EP é mais abstrato e subjetivo. O que você espera que o público sinta ou interprete ao ouvir essas faixas?
Eu espero que faça diferença de alguma forma. O fato de não ser tão literal é algo que me pega também nos artistas que eu gosto. Deixo aberto pra que as pessoas reflitam.
Tem faixas que falam sobre desilusão — um sentimento que todo mundo passa. Por mais que mexa com o nosso coração, a gente às vezes evita falar sobre isso.
Então acho que cada um vai trazer a própria desilusão pra dentro da música e, quem sabe, colocar isso pra frente, pro futuro. O que eu mais gosto é quando alguém me diz, num show, que a música fez diferença. Aí vira papo, vira reflexão. Gostaria que as pessoas parassem pra sentir e evoluíssem com isso.
“O Som da Desilusão” tem uma reflexão sobre o que devemos nos apegar e desapegar. Qual foi a principal inspiração para essa faixa?
Foi o meu cotidiano. Um relacionamento no qual me desiludi de verdade. E aí veio essa pergunta: qual é o som dessa sensação? Acho que pra desapegar, a gente precisa refletir, olhar de frente pro que está passando, sem esconder de si mesmo. Ser sincero consigo mesmo. Foi isso que me inspirou.
“Além do Fim” fala sobre seguir em frente sem tristeza. Você enxerga essa música como uma mensagem de resiliência?
Muito legal essa interpretação. Ela é um questionamento: além do fim, o que sobra? E o que sobra é o que realmente importa. Se forem coisas boas, ótimo — você saiu no lucro.
A vida é feita de experiências, e mesmo o fim nunca é o fim de verdade. Sempre vai ter algo novo.
“Universo Paralelo” brinca com os “e se” da vida. Existe alguma situação específica que inspirou essa composição?
Sim, algumas. Uma delas foi quando eu estava fora do Brasil, compondo outras músicas, e comecei a conversar com uma amiga, a Jenny Moselle, que também é compositora. A gente ficou imaginando: e se a gente tivesse nascido ali? Falaria outra língua, teria outra vida…
Isso me ficou na cabeça. E encaixou como sequência de “Além do Fim” e “O Som da Desilusão”. É aquela ideia: “e se eu tivesse feito diferente?”. Quase um lamento.
Na época, também estava vendo a série Matéria Escura, que fala sobre um cara tentando consertar decisões do passado em universos paralelos, mas sem conseguir. Isso me marcou: o que passou, passou. O que posso fazer é daqui pra frente.
O design da capa tem um conceito introspectivo, explorando a inteligência artificial para criar um visual orgânico. Como foi esse processo criativo com o Bruno?
Foi muito legal. O Bruno, da Caramelo, trabalha com AI, mas também é desenhista. Então juntamos esses dois mundos — o digital e o manual.
Como o EP é muito sincero, introspectivo, pensamos na ideia de uma casa e eu me refletindo nela. E essa casa é no meio do nada. Porque, no fim, onde quer que eu esteja, eu sou minha casa, meu porto seguro.
Por fim, você citou “A Coragem de Não Agradar” como uma influência. Como a leitura desse livro impactou sua visão sobre relacionamentos e refletiu na sua música?
Esse livro foi essencial, até porque eu estava escrevendo as músicas nessa época. Ele me fez pensar sobre o que realmente cabe a mim.
Muitas vezes, eu assumia responsabilidades que não eram minhas. Me doava demais, ultrapassando meus próprios limites.
O livro me ajudou a entender esses limites, a aceitar que nem tudo depende da gente. Foi uma leitura que me influenciou bastante — e fico feliz por ter acontecido junto com esse processo criativo.
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