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Daphne fala sobre novo single ‘Ovelha Negra’, desafios, passagem pelo The Voice Brasil e mais; Confira
Após fazer história na 9ª temporada The Voice Brasil como a primeira DJ/Live do programa, virando as quatro cadeiras dos jurados e ouvindo de Carlinhos Brown que era uma artista completa, pronta para a música internacional, a catarinense Daphne volta a surpreender lançando sua canção “Ovelha Negra” em duas versões: R&B e eletrônica, nesta sexta-feira, dia 27.
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A leitura eletrônica é fruto de uma parceria com Claudinho Brasil, que carrega uma pegada pop cheia de energia e criatividade. Já a versão R&B destaca o poderoso vocal da cantora em uma proposta mais intimista, que representa bem o nascimento da música: “trancada num quarto com um violão tentando escrever qualquer coisa que me fizesse voltar para a minha realidade, depois da experiência do The Voice”, conta Daphne.
O single carrega uma forte mensagem: “mostra o lado bom de ser diferente. Você não seguir algum tipo de padrão, ou não ser o que outras pessoas esperam de você, não quer dizer que você não possua suas qualidades”, relata a cantora. Esta é a primeira composição e lançamento de Daphne em português, e está diretamente ligada com sua experiência no The Voice Brasil.
“É minha primeira composição e lançamento em português, então o simples fato de escrevê-la já foi uma barreira que eu tive que romper comigo mesma. Eu comecei a escrever essa música em inglês, na verdade, logo após gravar minha eliminação no The Voice Brasil, onde cantei uma música em português. Quando tentei cantar alguns versos, decidi me desafiar e transpor para o português, o que acabou ficando melhor”, descreve a artista.
A música simboliza o início de um novo momento na carreira de Daphne: “Ovelha Negra me ajudou a abrir a cabeça na hora de produzir. Testar coisas novas e tão diferentes me ajudou a me encontrar e a produzir minhas ideias melhor”, destacou a vocalista extremamente talentosa e multifacetada que, além de cantar e compor, também toca e produz como DJ e domina diversos instrumentos.
CONFIRA A ENTREVISTA NA ÍNTEGRA:
PopNow: “Ovelha Negra” carrega um nome e letra bastante fortes. Qual a mensagem que você quis transmitir com a música?
Daphne: “Ovelha Negra” é basicamente um desabafo, bastante inspirado na minha história de vida. Desde a época de escola até hoje. Você pode ser uma ovelha negra em tantas situações… e a mensagem da música se encaixa em tantos contextos, que é isso que tem feito as pessoas sentirem essa identificação com a música, porque o que pra mim é um padrão de vida, pode não ser para outras pessoas. E as escolhas que faço para mim, podem parecer absurdas ou bizarras dentro da realidade das outras pessoas. Então, em algum momento da sua vida, você se sentirá uma ovelha negra, porque sempre terá alguém para te julgar. E você não deve se sentir intimidado por isso. Pelo contrário, não seguir um padrão tem suas qualidades. Sempre foi preciso coragem para ser diferente, por exemplo.
PopNow: O single demorou 2 anos para ser lançado. Quais foram os maiores desafios neste processo?
Daphne: Tudo neste trabalho foi um desafio. Desde a produção com um artista de Progressive, e outro de Lo-Fi que trabalha com R&B, até o fato de serem duas versões diferentes sendo lançadas no mesmo dia por uma artista de eletrônico. A música não foi aceita por várias das grandes gravadoras que tentamos, justamente por elas terem um padrão de trabalho que não adere esse tipo de lançamento. Por exemplo, a maioria das majors aceitaria lançar a versão R&B e colocaria a versão eletrônica como um remix. E não era essa nossa intenção. E nem mesmo a versão eletrônica segue o padrão para as gravadoras do mercado da e-Music. Então ainda tivemos o enorme desafio de lançar independente, que envolve muito conhecimento para fazer tudo da forma correta.
PopNow: Como você descreve a sua passagem pelo The Voice Brasil? Quais os aprendizados conseguiu tirar dessa experiência?
Daphne: Foi a maior experiência de autoconhecimento que já tive. Me ensinou muito e fez eu me descobrir de verdade como artista. Digo isso porque quando você está lá dentro, você não pensa muito, só vive a experiência. É algo meio lúdico para quem nunca teve uma exposição desse tamanho. Quando você sai, você volta para a realidade digamos assim, então você começa a receber e perceber os resultados com mais clareza. E quando dá o “down” pós programa, é quando você se descobre de verdade como artista, e o que você quer para você. Tudo que eu ouvi dos técnicos ou da produção do programa, eu só “digeri” depois de um tempo. E quando você entende a profundidade de algumas frases, é quando você cresce. Eu sinto que as consequências de estar em rede nacional me deram maturidade para lidar com contextos difíceis até mesmo na minha vida pessoal.
PopNow: Atualmente, você está mais focada na sua carreira de DJ e produtora, certo? Música eletrônica é a sua verdadeira paixão?
Daphne: Estou 100% focada em minhas produções e em levar mais da minha identidade sonora, que pude descobrir mais a fundo durante a pandemia, para os meus sets.
Acho que “Ovelha Negra” é o que encerra esse ciclo The Voice, que foi tão importante para mim. Um ciclo onde experimentei vários gêneros. Cantei, compus, produzi músicas sem me prender em momento algum a um estilo só. Isso abriu minha cabeça, me trouxe aprendizados que vou levar para a vida, e me deu mais segurança até mesmo em palco. Toda a experiência só reforçou que a música eletrônica é minha maior paixão.
PopNow: O que podemos esperar para 2022? Mais lançamentos e shows?
Daphne: Em junho começo a lançar minhas primeiras produções solo. Então estou bastante ansiosa. Eu sempre fui de guardar minhas músicas só para mim, principalmente as que fiz sozinha. Mas depois disso tudo, eu só quero colocar o que eu tenho sentido para fora, deixar livre para que as pessoas possam ouvir, e me conectar com elas através disso. Eu fiquei 1 ano sem lançar música alguma, porque eu queria aprender e evoluir o suficiente para saber reproduzir minhas ideias e me expressar de forma 100% verdadeira para as pessoas, através da minha arte. Agora que estou de volta com os lançamentos e com os shows pós-pandemia, não pretendo ter descanso! Um DJ sem uma pista é um peixe fora d’ água. O que as pessoas podem esperar, com certeza, é que as próximas músicas não serão voltadas para as métricas das plataformas digitais, e sim para alimentar a energia das pistas!