Brasil
Com violão em mãos, Juzé é potência artística em novo projeto
Com vocês, Juzé! O primeiro EP solo do poeta, cantor e compositor, “Juzé Ao Vivo”, chega no primeiro minuto desta sexta-feira (24), com material 100% autoral, assinado pelo paraibano. Aqui, o artista exercita o universo musical que vem construindo desde o início de sua carreira – que iniciou aos 15 anos pelos bares de João Pessoa e colaborou com inúmeros artistas, desembocando em sua participação como o repentista Totonho nos 178 capítulos da novela “Mar do Sertão”, da TV Globo. A novidade chega acompanhada de um videoclipe para o single inédito “Love Gostoso”, que chega ao meio-dia da mesma data.
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Rico e cheio de histórias para contar, o novo repertório explora as possibilidades do violão enquanto canal sonoro de transmissão de mensagens. “Eu não sou um exímio violonista mas tive grandes influências de músicos geniais. Toco, há mais de uma década, pela independência de dar vida às minhas canções. É um grande amigo. Já me fez chorar e sorrir milhões de vezes…”, explica Juzé, sobre sua relação artística e emocional com o instrumento.
São cinco novas faixas, todas marcadas por sua habilidade enquanto violonista e por sua voz, que rasga e explode em cada uma das composições. É o que acontece, por exemplo, em “Mastigado”. “Quem roeu um pedaço de mim? / Quem roeu um pedaço de nós?”, ele canta, ao confessar que sente-se “roído” pela vida e suas dificuldades. “Sabe quando você tá ‘fudido’? É isso. Compus na praia da minha cidade, João Pessoa. Perdido no tempo, sobre aquelas dúvidas do fracasso de um relacionamento. Amar é bom, mas tem vezes que dói…”, divide.
O tom confessional continua em “Love Gostoso”, cujo arranjo reforça o clima intimista da letra. Por vezes metafórico e por outras bastante direto, o eu-lírico aqui só quer viver as delícias de um amor “sincero” e “profundo”. Gravado no Rio de Janeiro, em formato ao vivo, o videoclipe da música tem direção assinada por Falkner Borges e chega também nesta sexta-feira (24).
Por sua vez, “Touchscreen” propõe um outro olhar sobre a temática amorosa. A faixa é introduzida por um poema chamado “Almas Sem Wi-Fi”, de autoria do próprio Juzé, que declama o vício da nossa sociedade nas tecnologias, que podem estar minando nossas relações físicas e palpáveis.
Tudo isso para, já em voz cantada, o musicista mergulhar o ouvinte em uma série de metáforas e construções visuais que comparam a força do sentimento humano ao poder da tecnologia, tudo de forma bem-humorada. “Num beijo wi-fi, me desfaço em pó de bytes / Latejo a placa do meu coração / Balanço em tua rede, o meu cérebro em braile”, ele canta. “Os sentimentos são mais reais que as redes… E a gente se perde muito nessa linha tênue entre real e digital. Eu admito que sou perdido nessas dimensões, meio míope do espaço tempo”, expõe o cantor. Sobre a brincadeira de traçar paralelos entre o mundo digital e os sentimentos humanos, explica ainda: “Essa junção é para gerar a reflexão, a partir das próprias questões e pra quem mais queira mergulhar nesse som junto comigo”.
Outro aspecto da riqueza do projeto é a vastidão sonora que, com o violão como instrumento único, Juzé consegue empregar aqui. Em “Boca Blues”, por exemplo, a poesia do paraibano vira um blues com ares brasileiros.
Ele comemora as misturas de influências musicais do projeto: “Esse EP tem um misto do Nordeste com tudo que gosto. Em ‘Touchscreen’ ouvimos bossa nova. Em ‘Mastigado’ temos xote. Já em ‘Love Gostoso’, uma mistura de rap com batida reggae. É meio que um baião de dois, ou três ou mais. Eu gosto de muita coisa e isso vem nas canções”.
Já conhecida pela pelos fãs, “Nordeste Destino” fecha a tracklist em tom de celebração de suas raízes. “Essa música carrega as marcas de um povo. Povo do qual faço parte. Sua alegria de viver a vida e a força de enfrentar os desafios fora de seu lugar e transformar a existência do dia a dia em sinônimo de luta, labuta e pureza!”, reflete o musicista. A canção foi lançada em outubro.