Um dos grandes destaques da televisão em 2020, a atriz Day Mesquita, que recentemente interpretou Poderosa, protagonista de “Amor Sem Igual” (Record), atualmente pode ser vista em dois serviços de streaming. Na HBO Max, em “O Negócio”, um dos maiores sucessos da HBO Latin America; e no Globoplay, nas novelas “Além do Horizonte” e “Cheias de Charme”.
Vencedora do último Prêmio Contigo na categoria Melhor Atriz, em que concorreu com grandes nomes da TV brasileira como Glória Pires e Adriana Esteves, Day conversou com o PopNow sobre seus trabalhos no streaming, contou o que tem assistido, falou também sobre o momento da arte e cultura no país, e muito mais! Confira!
Você está com duas novelas disponíveis no Globoplay, Cheias de Charme e Além do Horizonte, e a série O Negócio na HBO MAX. Como é a sua relação com o streaming? O que você costuma assistir?
Acho que o streaming tem um dinamismo e uma versatilidade muito legal que trouxeram uma liberdade maior de opções de escolha para o público, tanto em conteúdo, como em momento ideal de consumo para cada pessoa. Claro que a TV aberta é incrível e está muito presente na história e na cultura dos brasileiros, mas acredito que o streaming veio agregar e trazer mais uma opção de escolha na hora de assistirmos/ consumirmos um conteúdo de entretenimento e até mesmo para revermos as novelas, programas e séries que gostamos dos canais abertos através dele no horário que seja melhor para cada um de nós.
Eu gosto de buscar coisas para assistir de acordo com o meu mood do dia. Acabei a segunda temporada de “Lupin” da Netflix há pouco tempo e agora comecei assistir a série “Barry” da HBO. Assisti há pouco também um documentário sobre o Steven Spielberg bom demais na HBO!
Desses trabalhos disponíveis nas plataformas, qual das personagens foi mais desafiadora?
A Stela de “Cheias de Charme” foi meu primeiro trabalho na Globo e eu entrei um pouco depois da metade da novela no ar, fazendo triângulo amoroso com Isabelle Drummond e Humberto Carrão, um dos casais protagonistas, e a novela estava fazendo um sucesso tremendo! Entrar com a engrenagem acontecendo a todo o vapor, o elenco e equipe super alinhados e afinados, e com uma certa responsabilidade pelo sucesso e tamanha visibilidade que a novela estava tendo, não era algo simples. Eu tinha acabado de chegar no Rio de Janeiro, já tinha feito novela no SBT e na Bandeirantes, mas era a primeira vez que morava fora da cidade que fui criada, longe da minha família, e num trabalho que foi super legal e muito importante para a minha carreira… Era muita coisa nova acontecendo ao mesmo tempo, então foi bem desafiador, mas foi incrível! Para mim foi também uma forma de confirmação que eu tinha feito uma escolha boa para mim em ter me mudado para o Rio, foi uma forma de ser acolhida pela cidade que eu tinha escolhido viver e participando de um trabalho maravilhoso, com pessoas incríveis que eu sempre admirei e onde pude aprender muito nesse encontro.
Com o fim dos longos contratos e a exclusividade de canais, acredita que há mais oportunidades abertas para os atores?
Acho que o mercado está voltando a ficar aquecido após um período desde que a pandemia teve início, mas acredito que não exatamente pelo fim dos longos contratos. Acho que o streaming trouxe boas oportunidades para os atores pela quantidade de produções que esse mercado vem produzindo e eu acho isso maravilhoso! O Brasil tem muitos artistas incríveis que muitas vezes não tem oportunidades no cinema ou na TV, e acho que essa janela aberta de mercado pode ser muito importante para dar mais visibilidade e oportunidades mesmo a tanta gente incrível que temos aqui. E não só dentro do Brasil mas também fora, já que esse intercâmbio entre atores e artistas fazendo trabalhos de países diferentes está acontecendo cada vez com mais frequência. Fico feliz por ver o entretenimento se expandindo nacionalmente e até internacionalmente e ganhando cada vez mais força.
A falta de investimento na cultura é um tema que vem sendo debatido muito nos últimos meses, recentemente tivemos o incêndio na Cinemateca em São Paulo e agora prédio com acervo da FUNARTE é interditado no Rio por conta de risco de incêndio. Como enxerga a situação atual da arte no país?
Esses acontecimentos que foram citados infelizmente não foram os únicos que retratam o reflexo de como o governo lida com a arte e a cultura do nosso país, com total descaso! Um país que não tem a cultura como prioridade é um país que não evolui, não cresce. Investir na cultura é investir no que somos, e isso traz um retorno inestimável no aspecto humano, mas também financeiro de um país, tanto que, não a toa, os países mais desenvolvidos do mundo são os que mais investem em arte e cultura, e a mudança só pode vir através de nós! Através também da nossa escolha nas urnas por políticos e governantes que vejam na cultura uma prioridade, simplesmente por terem a visão que arte e educação são bases essenciais para construir um futuro melhor para todos.
