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Cariúcha irá puxar o trio Arco-Íris na 22ª Parada do Orgulho LGBTI, no Rio
A funkeira Cariúcha irá se puxar o trio Arco-Íris na 22ª Parada do Orgulho LGBTI do Rio, em Copacabana, no próximo domingo, 19. Militante gay, a cantora – que também faz parte do programa “Pânico na Band” -, abriu mão do cachê. O evento, que terá ainda a participação de Daniela Mercury, cruzará a Avenida Atlântica e promete reunir milhares de pessoas. Neste ano, a bandeira de todos será “Resistindo à LGBTIfobia, fundamentalismo, todas as formas de opressão e em defesa do Rio”. Através do Facebook, a organização fez questão de convidar a todos para participar do evento.
A realização da edição de 2017, no entanto, não foi fácil. Diante de uma situação de extrema dificuldade financeira – e também política e religiosa -, a Parada do Orgulho LGBTI do Rio esteve em vias de não acontecer. Além de uma crise econômica nunca antes vista no estado, o movimento LGBT vem sofrendo uma pressão com um governo fundamentalista na cidade do Rio de Janeiro, que atua para enfraquecer o que foi conquistado de direitos até agora. Apesar de todas essas dificuldades, a organização do evento, com apoio da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro – ABIH e patrocínio da Ambev e da Uber, tornou o ato possível.
Além de Daniela Mercury e Cariúcha, outros artistas doaram seu tempo e abriram mão do cachê para estarem na passeata mais colorida do Brasil. A Parada do Orgulho LGBTI Rio terá seis trios com shows de Lorena Simpson, Sara e Nina, Yann, DJ Paulo Pringles, Bloco Exagerados, Candybloco e várias outras atrações. A cantora Leila Maria entoará o Hino da Parada “Bom é Beijar”, criada para o evento em 1998. Mais uma vez, a Divina Diva Jane Di Castro abrirá a Parada cantando o Hino Nacional. A bateria da Estação Primeira de Mangueira fará parte da manifestação, levando o brilho da escola para a Avenida Atlântica.
“O grande desafio deste ano é colocar na rua o que é o tema da Parada: a resistência. Num momento em que direitos são retirados, em que o fundamentalismo e conservadorismo avançam, colocar o terceiro maior evento da cidade na rua com esse mote e, ao mesmo tempo envolver artistas, a comunidade e vários movimentos sociais tem nos feito perceber o quão importante é todas as pessoas estarem unidas em um único propósito” – Marcelle Esteves, vice-presidente do Grupo Arco-Íris.
Quem chegar à orla cedo pode aproveitar os serviços da ‘Ação, Orgulho e Cidadania’ a partir das 9h até às 16h. “Há 13 anos a ‘Ação, Orgulho e Cidadania’ tem o objetivo de criar uma maior aproximação com a sociedade e a comunidade LGBT, promovendo serviços essenciais e informações úteis sobre direitos e saúde.”, disse.
A Parada da Resistência será realizada um dia antes do Dia da Consciência Negra e reforçará a luta em defesa da resistência da cultura e do povo negro. “É essa resistência em tempos de fundamentalismo religioso e a aceitação de diversidade sexual e de gênero, comportamental e estética que serão o mote de todos que levantarão a bandeira da diversidade LGBTI e da luta contra quem rejeita os seres humanos apenas por eles fugirem dos estereótipos impostos pela sociedade. Somos gays, lésbicas, bi, drags, kings, ursos, trans, gordos, idosos, pessoas femininas, masculinas, brancas, negras, surdas e com deficiências intelectuais, físicas e de visão. A Parada 2017 traz mais essa reflexão: todos somos diferentes e iguais ao mesmo tempo”, ressalta Almir França, presidente do Grupo Arco-Íris.
A Parada do Orgulho LGBT Rio, organizada há 22 anos pela ONG Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, leva para as ruas pessoas que lutam por direitos iguais, que combatem a intolerância, o preconceito e o ódio, dando voz àquelas pessoas que por tantos anos viveram à margem da sociedade, mostrando para a sociedade que o mundo está avançando para um lugar que respeita a diversidade e que todos têm o direito de amar quem quiserem. “Ela é considerada o terceiro maior evento da cidade e leva centenas de milhares de pessoas para a mais famosa praia do mundo. A Parada é sinônimo de vanguarda. Foi a primeira do Brasil e desde então cumpre papel importante na luta pela igualdade de direitos para a população LGBTI no país”, diz Claudio Nascimento, fundador da Parada do Rio.
A edição de 2017 conta ainda como apoiadores: Articulação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos – ABGLT; Rede GayLatino; Aliança Nacional LGBTI+; Associação Internacional de Turismo LGBT – ILGTA; Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Rio de Janeiro – ABIH; Rio Convention & Visitors Bureau; JW Marriot Rio; Rede Windsor; Vintepoucos Filmes – Agência Audiovisual; 1STi – Tecnologia e Valor Compartilhado; PrecisaSer – Instituto de Tecnologias Digitais e Sociais. Noss@s Amig@s da Parada: Ilê Oju Omi Arô; GRESEP Mangueira; Bloco Exagerados; Boite Buraco da Lacraia; Viaje com Orgulho – Agência de Turismo LGBT; Festa Kiki.