Festival
Bruno Mars, Iza, Luíza sonza e mais, confira os melhores e piores shows do The Town
Chegou ao fim a primeira edição do The Town. Foram 500 mil pessoas, mais de 235 horas de música e diversos artistas que escreveram seus nomes na história do entretenimento no Brasil com apresentações memoráveis. Um deles, a oportunidade para encantar o público dois domingos consecutivos: Bruno Mars retornou à Cidade da Música, novamente com ingressos esgotados, para fechar a programação do Skyline.
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Cerca de 500 mil pessoas assistiram a apresentações surpreendentes, mas também viveram algumas decepções.
Os fãs do grande astro pop Bruno Mars foram mais que sortudos, eles puderam celebrar não apenas um, mas dois shows de altíssimo nível. Por outro lado, alguns astros internacionais não conseguiram corresponder à expectativa dos fãs. Outros foram prejudicados por escalações em dias, horários ou espaços desfavoráveis.
Confira abaixo a lista de melhores e piores shows do festival, segundo o site G1:
VEJA OS 10 MELHORES SHOWS DO THE TOWN 2023
10º melhor – H.E.R.
Após fazer um dos melhores shows do Rock in Rio 2019, H.E.R. mostrou que segue em forma ao se apresentar no The Town. A cantora californiana de 26 anos tocou seu R&B renovado aos fãs que esperavam por Bruno Mars. Poucos deram sinais de conhecer o repertório, mas mesmo assim se sacudiram ao som dos grooves e batidas. A boa vontade da plateia é tanta que até acompanham com palmas e coro o refrão de “Hard Place”.
9º melhor – Jão
Jão encerrou a programação do palco The One. O cantor entendeu a responsabilidade. Quem chegava perto do palco já se deparava com um grande dragão de asas abertas tomando o palco. Jão tem shows super elaborados, quase sempre esgotados, com cenografias, encenações e presença de palco. O repertório foi um ótimo bem bolado entre “Super”, álbum recém-lançado, e as mais antigas. Conhecido por unir a sofrência ao pop com pitadas de autodepreciação, o artista vai por outro caminho, o de viver as paixões e o que elas podem trazer de bom. E foi isso que conduziu a apresentação, bem dançante.
8º melhor – Bebe Rexha
A cantora novaiorquina de 33 anos voltou a mostrar que seu show vai além do pop de aula de spinning com o qual se consagrou nos últimos anos. Ela fez um show com o mesmo peso e a mesma simpatia do apresentado no Rock in Rio 2019. Quatro anos depois, a performance teve novidades, como a presença de Luísa Sonza. As duas cantaram “I got you” e até deram um beijinho.
7º melhor – MCs Hariel, Ryan SP e Cabelinho
A união entre o trap e o funk do Rio e de São Paulo se mostrou bem-sucedida em uma das primeiras apresentações da primeira edição do festival. Os MCs são três sensações do momento do funk consciente. E o show que o trio mostrou fez jus ao título: a plateia estava lotada e cantando junto o compilado de hits que eles apresentaram. O setlist começou com “Cracolândia”, música sobre o lado mais obscuro de São Paulo. Hariel explicou ao g1 que, em meio a uma decoração inspirada em arranha-céus, o objetivo foi mostrar a capital “que as pessoas não querem ver”.
6º melhor – Iza
Iza está interessada em mostrar uma nova versão de si mesma. Tanto em termos de performance quanto de setlist. É o que ela deu a entender em seu show no The Town. Com um álbum novinho em mãos (“Afrodhit”), já era esperado que a cantora diversificasse mais seu repertório, saindo da mesmice que se encontrava há anos. Mas, ao contrário do que você pode pensar, a seleção das músicas para a apresentação se diversificou principalmente por hits que pertencem a outros artistas: entraram hits de Beyoncé e os convidados MC Carol, Djonga e L7nnon geraram os pontos altos da apresentação.
5º melhor – Demi Lovato
O show de Demi Lovato no The Town não foi tão diferente do que ela fez no Rock in Rio de 2022, um dos melhores daquela edição. Ela voltou ao Brasil com a mesma turnê do álbum “Holy Fvck”. E com a mesma banda formada apenas por mulheres, que toca ótimas versões pesadas dos hits mais populares de diferentes eras da cantora. A novidade foi a participação de Luísa Sonza, que cantou com Demi a recém-lançada “Penhasco2”. O público curtiu.
4º melhor – Foo Fighters
Poucas bandas fazem um “classic rock” tão competente, ao vivo e em estúdio, como o Foo Fighters. Para alguns, o rock de arena da banda americana pode ser populista demais, ou clichê demais, mas a maioria dos cerca de 100 mil fãs no The Town cantou e se emocionou. Um ano depois da morte do baterista Taylor Hawkins, em 2022, o grupo voltou ao Brasil mais emotivo. Em um dos momentos mais comoventes da apresentação, a bonita “Aurora” foi dedicada a Hawkins. “Vamos tocar para sempre essa música, porque era a preferida do Taylor”, disse o vocalista Dave Grohl.
3º melhor – Ludmilla
O show da cantora teve muita sensualidade, coreografia, cenário e música capaz de agitar a multidão que assistia ao show — apesar do horário, cedo demais para a importância e o espetáculo que ela entrega. O repertório foi uma mistura de seus sucessos antigos e atuais, passando pelo afrobeat, pop, funk, trap e pagode, da sofrência amorosa ao batidão para os solteiros orgulhosos. Um dos pontos mais altos foi a presença de Lulu Santos, que chegou embrulhado numa extensa caixa dourada, cheia de fumaça e luzes neon. Juntos, os dois cantaram “Toda Forma de Amor”, com Ludmilla defendendo que as pessoas sejam o que quiserem ser.
2º melhor – Ne-Yo
Surgido no final da primeira metade dos anos 2000, Ne-Yo sintonizou o público do The Town nas rádios FM da época, que tanto tocaram os hits do cantor americano. No Palco The One, o segundo maior do festival, o cantor de pop suingado fez show com som estourado. Nos dois sentidos: a pressão sonora fez muita gente coçar o ouvido; e os sucessos nostálgicos fizeram quase toda a plateia dançar.
1º melhor – Bruno Mars
Era de se esperar um grande espetáculo vindo de Bruno Mars. Não apenas pelos hits, mas pelas últimas apresentações feitas no Brasil em 2017. Em dois shows no The Town, o cantor mostrou por que é um dos melhores artistas da atualidade. Em performances milimetricamente calculadas, mostrou seus sucessos com nível altíssimo de execução, dançou cheio de gingado e brincou muito com o público em português. Fez até mesmo a plateia cantar o sucesso sertanejo “Evidências”, em versão instrumental tocada pelo tecladista John Fossitt.
VEJA OS 10 PIORES SHOWS DO THE TOWN 2023
10º pior – Wet Leg
Um dos poucos nomes do line-up a fazer sua estreia no Brasil, a dupla inglesa se mostrou avessa aos truques de festival tão repetidos por seus pares. Não teve cover. Não teve convidado. Não teve show de luzes. Não teve também público, é verdade. As duas foram prejudicadas pelo horário do show, logo antes da apresentação do Foo Fighters. Com o público tentando garantir seu lugar para ver os astros da noite, a plateia no palco secundário ficou vazia. Havia alguma animação na linha de frente perto do palco, mas não foi o suficiente para salvar a apresentação.
9º pior – Seu Jorge
Outro que enfrentou problema parecido. O cantor se apresentou antes do primeiro show de Bruno Mars no festival, no domingo (3). A segunda metade da apresentação teve debandada de fãs se deslocando para o palco ao lado. Seu Jorge tentou segurar o público com o carisma de sempre e clássicos das estações de rádio, mas, no fim, “Burguesinha”, um de seus maiores sucessos, foi tocado para pouquíssima gente.
8º pior – Racionais MC’s e Orquestra de Heliópolis
Era grande a expectativa para ver o flow dos Racionais se adaptando aos timbres de violinos, violoncelos e contrabaixos. Mas quem foi ao show com sede por esse motivo pode ter se decepcionado. O som dos beats eletrônicos dedilhados pelo DJ KL Jay sobressaíram muito em relação aos da Orquestra. O som produzido pelos instrumentistas e o coral, regidos pelo maestro Edilson Ventureli, ficou ofuscado.
7º pior – Leon Bridges
Ele é mais um que deu azar na disposição das atrações do The Town. O cantor, vencedor do Grammy em 2019 e considerado pela crítica especializada um dos soulman dos nossos dias, se apresentou logo após o show de Alok, para uma plateia que foi chegando aos poucos, mas sem encher. E o cantor ainda teve de encarar o som do palco Factory invadindo sua música mais conhecida, “River”, no final da apresentação.
6º pior – Luísa Sonza
A cantora gaúcha fez no The Town o primeiro show de uma era mais recatada da carreira, inaugurada com o disco “Escândalo Íntimo”, assunto comentado à exaustão na internet nas últimas semanas. Para um lançamento tão badalado, faltaram surpresas na apresentação de estreia. Luísa mostrou evolução vocal, se declarou para o namorado e homenageou Marília Mendonça, mas a empolgação do público ficou aquém de outros espetáculos nacionais que ocuparam o palco principal na faixa das 16h ao longo do festival.
5º pior – Matuê
“Matuê convida O Nordeste” foi nome dado pelo rapper ao seu show no festival. Imaginou-se que ele convidaria outros nomes da música nordestina para o palco, mas o artista cearense de 29 anos aproveitou a oportunidade para colocar a ele próprio como representante da nova música da região. O público ainda enfrentou um atraso de 30 minutos para a produção de uma estrutura do palco, que só foi usada na segunda parte do show.
4º pior – Chainsmokers
Em show alternando trechos de pop rocks de outros artistas e hits eletrônicos próprios, a dupla novaiorquina fez um show óbvio e preguiçoso. Talvez o Chainsmokers seja isso mesmo: uma dupla despretensiosa, sem muito de novo para mostrar. É um show de pop eletrônico certinho, mas bem longe do mesmo arsenal tecnológico de Alok, que se apresentou no primeiro fim de semana de festival.
3º pior – Kim Petras
Kim Petras mostrou que só quer dançar e fazer os outros dançarem. A primeira cantora trans a chegar ao topo das paradas americanas tentou transformar o Autódromo de Interlagos em uma enorme pista de dança. Mas não conseguiu. Reuniu uma plateia formada por poucos entusiasmados fãs dela na grade e muitos fãs de Bruno Mars, astro da noite. Eles observavam tudo sentados, fazendo selfies ou conversando sem parar.
2º pior – Maroon 5
Há mais de dez anos, os californianos seguem apostando nos mesmos hits e na pose de galã do vocalista, Adam Levine, que, para tristeza de muitos fãs presentes, só tirou a camisa nos segundos finais do show no The Town — geralmente ele tira bem antes. O líder do grupo apareceu no festival com a voz prejudicada e menos animado do que de costume. Isso e a fórmula desgastada fizeram a apresentação soar cansada e preguiçosa.
1º pior – Iggy Azalea
A rapper australiana de 33 anos fez um show que deixou bem claro o que ela é hoje: uma popstar em decadência. Ela dubla durante a maior parte do tempo e, quando fala algo entre as músicas, a voz não tem nada a ver com o que se ouve nas canções. Iggy tem ainda a companhia de quatro dançarinas não tão coordenadas.