Brasil
A Maia lança segundo single com influência no empoderamento feminino
A Maia (Marcella Maia) não é uma artista que passa despercebida. O primeiro single, lançado em agosto de 2020 e que deu o pontapé inicial à carreira musical, já chegou causando com cenas de luxo e ostentação, transmitindo a mensagem de que as pessoas trans podem e devem sonhar alto. O sentimento de empoderamento pauta também seu segundo single, “Se Assuma”, composto pela própria cantora, que se inspirou em relacionamentos tóxicos e abusivos vivenciados pela mesma. A produção musical é de Maia com Renato Galozzi.
- Roberta Miranda lança a biografia ‘Um lugar todinho meu’
- Henry Freitas lança ‘Terapia de Verão 2.0’ com repertório 1000% da Terapia
- Barão Vermelho apresenta novo show ‘Do Tamanho da Vida’ no Circo Voador
Por se tratar de uma artista muito visual, a música já estreia com um videoclipe, uma produção Brasil e Portugal, realizado em parceria com Dauto Galli, que esteve à frente de clipes de artistas como Johnny Hooker, Jaloo, Xamã e Antonia Morais. A distribuição é da Altafonte.
Segundo A Maia, a letra foi escrita após refletir sobre histórias mal resolvidas com homens que não a assumiam e não a amavam de verdade, mas que ainda assim ela tinha dificuldade de sair da relação. Qualquer semelhança com a narrativa, não é mera coincidência.
“Se Assuma surgiu com a minha insatisfação de viver relacionamentos extremamente tóxicos. O meu último foi assim e quando me vi estava presa em um círculo vicioso onde as brigas e agressões se faziam perdoar na cama, regadas a falas e promessas nunca cumpridas. Por que é tão difícil dar um basta? Dizer chega? Por que nós nos contentamos com muito menos que merecemos? Esses questionamentos pairavam sobre a minha mente quando finalmente fechei essa porta e tive coragem de assumir que não queria mais, sair e seguir meu caminho”, comenta a artista.
A faixa foi produzida no Brasil e teve clipe gravado em Portugal, no hotel Lisbon art Stay, uma locação que respira arte. No vídeo, A Maia brinca com universo lúdico interpretando uma mulher que após sofrer com os maus tratos do namorado vira o jogo e se torna uma dominatrix, representando a força do poder feminino e quebrando os estereótipos enraizados do machismo.
Do interior de Minas Gerais ao filme ‘Mulher Maravilha’
Natural de Juiz de Fora, Minas Gerais, Marcella Maia é formada em atuação e cinema pelo Studio Fátima Toledo e já passou pela City Acting Drama School, na Inglaterra, NYFA, em Nova York e Éric Morris, na Califórnia. No currículo de atriz, coleciona participações no filme Hollywoodiano “Mulher Maravilha” e em clipes das cantoras Fergie e Iza, sendo uma das personalidades que inspiraram a criação do vídeo “Dona de Mim”.
E não para por aí, a artista, que desfilou nas principais capitais da moda pelo mundo, atuou na peça “Roda Viva”, de Chico Buarque, musical dirigido por Zé Celso Martinez Correia. Protagonizou também “Brian ou Brenda”, espetáculo que trata de questões sobre identidade de gênero, e integra o elenco da série série “Todx Nós”, da HBO, com direção de Daniel Ribeiro e Vera Egito.
Ativista na causa LGBTQIA+, até por já ter vivido na pele a violência e o preconceito, A Maia teve que lidar com bullying e abusos desde cedo. Vindo de uma infância humilde, aos 11 anos já trabalhava. Aos 15 saiu de casa e, atuando num sinal vendendo doces em Brasília, foi chamada por um olheiro de uma agência de modelos para fazer um teste. Mesmo não passando, conseguiu o seu primeiro emprego para ajudar a descobrir novos talentos. Com 18 anos e já se apresentando como Drag Queen em Juiz de Fora, quando descobriu que de fato queria ser artista, foi vítima de trafico humano e obrigada a se prostituir em Londres. A transição de sexo veio anos depois, já superados alguns tabus.
Em 2020, A Maia assinou contrato mundial com a distribuidora Altafonte e agora dedica-se à carreira musical, tendo lançado em agosto seu primeiro single, “Pra Dá Dolce Bacana”.